quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A minha boca

à distância de meio pensamento.
Chega a informação e sem a decalcar já falei.
Sou assim num impulso, entre aqueles que mais gosto.
Sou mais moderada entre os amigos, sempre com graus diferentes.
O que fiz de mal? Calei o que achei errado.
Ainda murmurei, mas não fui suficientemente audível.
Também depois fui afastada porque me estava a aproximar demais e os sussurros começaram a ecoar em surdina.
Tanta mensagem subliminar qe foi ignorada.
Agora não é altura para o Eu avisei-te, porque também era textualmente mentira.
Agora também ainda não sei de nada.
Agora continuo de pés e mãos atadas.
Agora espero que se resolva e que o coração volte a bater compassadamente e sem sobressaltos.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A expressão do dia

captei-a e voltei a esquece-la.
Uma mensagem não encriptada por um ministro do atual do governo, é algo que não se pode deixar passar sem gravar.
Pires de Lima foi claro ao anunciar que a tentação é grande.
Que a vontade de aumentar taxas e impostos é enorme.
Mas, à semelhança dos AA que se aguentam estoicamente sem uma gota de álcool  , também o conselho de ministros (aquele que durou 2 dias de trabalho concentrados num sábado) conseguiu resitir à tentação de aumentar o iva, as taxas aeroportuárias e as taxas de dormidas.



hora e meia depois

saí do cabeleireiro, com menos de metade do cabelo com que tinha entrado.
A cor ficou escura e o corte tem laivos de loucura.
Perdeu o equilíbrio.
Penso que o cabelo já está a começar a crescer e fico com menos vontade de ir ao espelho.
Voltei a colocar uma molinha em casa, para evitar que a franja me tape os olhos.
Este acessório não é do agrado do J e pareceu-me descontente com o aspeto.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

marquei a semana passada

cabeleireiro e amanhã, lá vou dar cor e cortar o cabelo.
O que eu gosto de passar umas horas sentada, com secadores em fundo.
Hoje, para não fugir à regra, achei que o meu cabelo passou um dia muito engraçado.
Tive tentada em desmarcar.

sábado, 18 de outubro de 2014

Por ser a pedido


avisam-me que amanhã é Domingo!
Obviamente que vindo isto na sequência da última publicação neste blog, concluo que não houve espaço durante a semana para uma palavra, uma ideia, uma opinião ou até uma cor.
Deixei que se apoderasse de mim uma não vontade entre o que quero, o que gosto e o que é preciso e depreendo que cada dia acaba por ser importante e que dou pouca importância ao que não tenho programado. Faço mal!
Não me deixo surpreender e aborreço-me no meio do comum e vulgar.
Por exemplo, ontem não me calhou o euromilhões e eu já tinha planos agendados.
Valorizei o suficiente para deitar o papel fora e arranjar já outros planos para uma próxima tentativa.
Entre isso e tomar um café não há grandes diferenças.
 

domingo, 12 de outubro de 2014

Pode ser Domingo

outra vez?
Não gosto de deixar os dois dias do fim de semana, cheios.
Completos de afazeres.
Vou-me deitar hoje a pensar que a minha semana não se desligou do fim de semana. Como se um fio condutor prolongasse os dias, tornando-os iguais e preenchidos com horários a cumprir.
Deixo ao desbarato uma lista de pequenas coisas que me fazem sorrir e entro mais sombria na semana.

Quero ver um filme

que tem gatos e vertigens.
A seu propósito falou hoje numa rádio nacional, o realizador.
Sem que soubesse também falou de mim quando disse que tinha vertigens pelos outros.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Amanheci chuvosa

mas acabei por me compor durante a manhã.
Fazem-me bem os pingos da chuva que me confirmaram que eu antecipei ao acordar.
Ficava agora em casa, a tratar de assuntos que dizem respeito ao trabalho, mas sem ter a necessidade de me deslocar.
Até porque cada vez mais frequentemente vejo com olhos de descrédito o investimento pessoal e silencioso em determinadas ações. 

Chego-me à frente e faço. Em seguida chamam-me e dizem que vão fazer o que eu estou a fazer. Para no instante seguinte, darem o dito por não dito. Então fazem ou não? E vai ser dividido por quem? Mantenho-me a exceder as minhas funções ou passo tranquilamente para o que me é devido? Isso acrescido com o facto de ter sido empurrada para onde não quero, não gosto, não concordo, fora de horas e ao fim de semana, deixa-me a pensar que o valor da minha profissão é dado ao desbarato. Está em saldo!

domingo, 5 de outubro de 2014

em processo de desidratar

entre a manga, pera, maçã e abacaxi, posso dizer que ainda não acertei no processo.
Se cahar tenho de ler as instruções para que a fruta fique no ponto certo.
Tem-se comido tudo e a máquina tem trabalhado bem.
Mas, aquilo que eu esperava, está ainda longe.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

fazendo um pequeno exercício

de retrospetiva, verifico que fui pouco polida e devia ter sido mais suave e delicada.
Mas não fui.
Esta deseducação foi uma resposta à colocação de uma fotografia no facebook, onde apareço, mas não estou identificada e andava na escola primária.
A minha indiferença foi substituída pelo aborrecimento não pelo que descrevi, mas porque estou em biquini, num momento de desvario musical. Eu era dada às danças e abria o show sempre que apareciam visitas lá por casa.
Momentos pessoais e intimos que não vejo necessidade de partilhar com ninguém.
Pedi que tirassem a fotografia, escrevendo em mensagem privada, mas a resposta foi um ahah prolongado.
Desliguei o computador, mas continuei a remoer.
Então telefonei.
E qual foi a primeira frase:
- Só podias ser tu! Já sabia que isto ia acontecer.
- Pois se sabias, porque fizeste? Tira a fotografia que estou danada contigo! (sei que a voz foi no tom desagradável).
-Vou já tirar.
A troca de palavras seguinte foi reduzida, mas a foto já não está.
Assim fico menos desprotegida.
Não que a exposição fosse obter grande visiblidade, mas como diz a I, são intimidades.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

os praticantes de ioga

são suaves, são comedidos, são tão cheios de sabedoria. Falam com silêncios e murmuram as palavras.
Eu que até gosto (mas não avanço para a prática), olho de lado e com desconfiança para tanto cuidado com as palavras e com o som.
Uma câmara tão lenta que acaba por me confundir o conceito de normalidade.
Também já há massagens com as taças tibetanas. E na reportagem que hoje vi , a senhora que coloca as taças e as põe a vibrar, foi vagarosa e falou em surdina. Esse efeito passou para a repórter que resolveu experimentar aqueles sons terapeuticos.
Gostava de experimentar a técnica de deixar a ansiedade fora do espaço onde me movo.
Por as minhas células numa rotação diferente da usual, seria de certeza um recreio num festival zen.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Entra o décimo mês

em ação. Chegam as castanhas (que estão agora a preços loucos), as camisolas, os pingos de chuva, o anoitecer bem cedo.
Acontece que hoje o dia passou ligeiro, cheio de calor, transformou-me as calças de ganga num inferno.
À hora de almoço nem conseguia entender o que se estava a passar. É fora de contexto e desproporcional. Devia ter ido trabalhar para a praia. Lá seria o local certo para entrar por outubro dentro.