um passeio nocturno

com a Lua prestes a ficar completamente cheia, revelou-me que alguém quando era bem pequenina, tinha por hábito, apanhar umas flores diminutas e encarnadas para fingir que pintava os lábios.
Não fosse experiência que fizesse por analogia porque em casa a situação não se passa, mas como a avó é pró pinturas copiou esta sua faceta. E, ainda exclamou:
-São estas que estás aqui a ver, mas quando não têm a flor tão aberta.
E, isso era quando eu estava no jardim do infantário.
Tenho imensas lacunas nestes domínios.
Bem chegue o tempo e tenho de fazer um 'uârc-shó' para aprender qualquer coisa.

empacotar roupas

separar para levar; separar para ficar e ir mais tarde; separar para dar; separar parar lavar; separar para passar a ferro...

a ver a ginástica

dos olímpicos. É extraordinário o domínio do corpo.
Cada qual no seu lugar.
No meu circulo estou mais próxima de conseguir atar os sapatos.
Uma proeza que tem dias.

tiraram a manhã

para dormir.
Foi apenas a continuação do que fizeram ao longo da semana, acrescida com o facto de hoje ser sábado.
Não se pode fazer barulho.
Nem se pode tirar a louça da máquina nem mexer em tachos para adiantar o almoço.
Agarrar no aspirador está fora de questão.
Estão somente a evitar que a minha coluna dê sinal de si.
Outro dia para molengar.

em frente à tv

a ver a entrada no estadio olímpico.
A indumentária de cada país é um catálogo de cores muito parecido com os estados de espírito.

penduricalho

é a primeira vez que escrevo esta palavra.
Foi utilizada para descrever um porta-chaves feito pela I e pela M.
Foi tão depreciativa.
Não gostei de ouvir.

mais um dia

cinzento.
Sem hipóteses de ir à praia nem vou acordar quem ainda descansa.
Outras atividades e trabalhos manuais na calha.

partilho

e apesar de não ser minha a afirmação, subscrevo com a adenda:
O estado além de incompetente, "é forte com os fracos e fraco com os fortes".

o tempo mudou

tenho uma coluna a avisar-me que hoje não é dia de praia.
Na praia de outros tempos era altura de jogar às cartas.
Mas nessa altura sabia a férias grandes.

bom dia

senhor reizinho!
- Bom dia minha menina. O que a traz por cá?
- Eu vim ao mercado à procura de uma coisa que começa por a e acaba em a.
- Preciso de mais indicações.
- Dá para transportar e é um gosto.
- Será amora?
- Também pode ser!

Devia ler mais

sobre sociologia.
Tem conceitos extraordinários.
Uma invenção e adequação das sociedades modernas que lança os braços para todos os domínios do conhecimento
Ouvi mesmo agora falar em 'fadiga da ajuda'; pois e isso é mesmo assim.
Nem depende dos intervenientes, porque ambos se enleiam na trama.

a tentar manter

uma conversa.
Fazer valer os nossos pontos de vista sem deixar que a emoção nos envolva não é tarefa fácil.
Queria que a mudança de paradigma fosse para valer.

gostava que me dissessem;

- Um dia eu levo-te à América
e se não puder,
trago-te a América!
O atual 'mover montanhas' musicado tem uma força que me provoca inveja e também ciúmes.

que deselegante

comentário.
- Eu cá acho que eles não fazem comida em casa.
  Também não precisam porque têm dinheiro.
Estas palavrinhas possibilitaram-me uma valente gargalhada que tentei disfarçar com tosse e um caminho até à torneira mais perto, para lavar a cara.

mandei-os embora

e deixei-me ficar no relaxe.
A banheirinha exterior com bolinhas e borbulhas foi só minha.
Estava ainda muito calor para rumar à praia.
Fiquei à espera da garrafinha das conquilhas que não ajudei a apanhar.
Fiz arroz dos pequenos bivalves. Ficou bem, mas nem todos gostaram.
Preferem o caminho mais simples.

às vezes os erros

têm esse efeito. O efeito de fazer rir até às lágrimas.
E quando os erros não são meus, ainda melhor.
Hoje passei por essa experiência em grupo.
Não fosse ter danos colaterais e teria conseguido manter o efeito pelo menos uma hora.

a M chegou de autocarro

e teve 15 minutos de conversa alheia para distração, em quatro horas e meia de viagem.
Um telefonema do pai e da 'bó' e depois outro para o 'moure'.
Tudo regadinho com a pronuncia do norte.
Saliento a que mais achei lúdica:
- Tou quase a chegar e quem manda hoje à noite és tu, 'moure'!

cumpriu-se a tradição

e hoje foi o dia de ir a casa do A.
Já nem me lembro da primeira vez que lá fomos à sardinhada. Antes das crianças e pouco tempo depois da adolescência.
Há uma base consistente entre os presentes e as crianças que iam já deixaram de ir porque tem vidas e trabalhos que não lhes permitem.
Os meus vão e é motivo para festejarem a semana inteira. É sinónimo de piscina, espaço enorme com relva, matraquilhos, bolos, mesa de pingue pongue, ...
O tempo esteve fantástico.
Os temas ficaram reduzidos à conjetura atual e às dificuldades.
De todos os quadrantes presentes não ouvi uma defesa ao atual governo.
Desmobilizar forças instituídas pela força do dinheiro ganho sem escrupulos,
precisa-se.

a gulodice

antes de ir para a cama tem sido completamente ignorada ao longo da semana, mas hoje não deu e tive mesmo de comer. Ainda vasculhei as calorias das bolachas e cereais, mas fui para o pão. Estava fraquinha, tão fraquinha como na letra da dieta do Herman.

Já quase na onda de ir para a cama porque a comida já tinha assentado, mudei para o canal 2 e o que estava a dar? Sade Adu. Antes de chegar à massa cinzenta quem cantava, eu estava a gostar do que estava a ouvir. Eu que tinha quase uma vertigem, uma náusea sempre que as suas músicas cruzavam algum lugar. Vou só ouvir mais uma, porque não me quero dar ao trabalho de desfazer a minha noção clara de aversão.

enquanto aguardo

pelas férias, tenho de ir despachando mercadoria.
Tenho planos para entrar no ritmo mais quente sem pendentes a massacrarem a mente.
Se os cumprir à risca sou mulher para conseguir.
Só tenho um senão, apesar do metodismo antecipado tenho sempre lista de espera para novos afazeres e o forno para os defrontar está a ficar bem mais lento.

a espera

mói, invade o espaço, tira-nos tempo para respirar, faz-nos pensar em rodopio como uma porca frouxa.
É sempre bom encontrar uma resposta segura e confiante.
O problema é aguentar a espera até colocar o plano definido em ação.

não fiz mais nada

senão ler.
Hoje é o terceiro dia em que me aventurei pelo colégio de todos os segredos.
É envolvente e obriga-nos a uma leitura rápida.
Estive à espera de mais segredos e fiquei um bocadinho aborrecida com a escassez de temas.
Dou por mim com uma vontade tremenda de ir beber café e sei que tenho à minha espera páginas digitalizadas de trabalho por fazer.
Digam que não estou porque tenho a cabeça à volta com receios.

preconceituosa

comprei um livro por altura da Páscoa e tem estado a ganhar pó na mesinha de cabeceira. Tem um aspeto frívolo, como se fosse uma revista maria adaptada.
Quando o comprei tinha planos precisos para o ler de uma assentada porque me parecia ser de leitura rápida e divertida. O tempo e a ocasião não se adequavam para a sua abertura e fui adiando sem compromissos nem muitos remorsos.
Comecei-o ontem porque tive uma abertura no trabalho que se vai intensificar depois de amanhã. São quinhentas páginas para alimentar a rapidez de leitura.
Parece-se com as gémeas do Colégio de Santa Clara em versão adulta.
Estou a gostar.

ouço ao domingo

o prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Sempre que me lembro e posso.
Ontem tive de mudar de canal.
Não conseguiu separar as águas e deixou transparecer decisões frágeis e com falta de substância.
Escolheu defender Miguel Relvas e a sua licenciatura relâmpago.
Também não visou os senhores que atestaram as competências do dito.
Fraquinho. Dou-lhe negativa.

confessou-me

que costuma pensar em três sítios:
no duche, na cama antes de adormecer e a olhar para a janela quando vai a andar de carro.
Quem ouviu começou logo a dizer quais eram os seus sítios de eleição.
O meu é na casa de banho e não é a tomar banho.

Já fiz a sangria

e ficou muito boa.
Agora que já cumpri o meu desejo de sábado passei para outro.
Quero sair e comer uma fatia de bolo.

a brincar com o tempo

a única coisa que me apetece fazer é sangria de frutos vermelhos.
Vi uma receita na net que me parece agradável.
Mas não tenho os ingredientes para a fazer.
Vou esperar por mais tarde para me empurrar para as compras.

andei a ver

os preços da banda larga móvel.
Não fui surpreendida pelos valores que encontrei.
Basta abrir uma das páginas de qualquer operadora e sabe-se de que matéria são feitas as restantes.
O cartel, as concertações estão patentes na "nossa liberalização" dos preços.
Tem o dedinho dos agiotas que nos obrigam a desbaratar o dinheiro em troca de alguns minutos ou de alguns megas.
Não há soluções individualizadas nem possibilidades alternativas. É um segmento fechado que visa lesar os utilizadores.
´Tenho usado a tmn, mas a descoberta de erros sucessivos e de falta de transparência na taxação dos megas consumidos levou-me a reclamar mais de 5 vezes. Que resposta obtive: está tudo bem!
          - Então e 8 minutos de utilização de net (ver email e ida ao facebook) custaram  
            1,5€?
          - É normal. O facebook gasta muitos megas e no email basta fazer o download
            de algum ficheiro. Tudo normal!
          - E, os 90 centimos que o computador deixou de assumir e alertou que já não se
           podia utilizar a internet sem novo carregamento.
          - Já devolvemos os 90 centimos. Ficou assim normalizado o processo.
Que descanso. Fico muito mais sossegada. O erro é meu. O computador e os programas devoram o que não lhes pertence e eu detetei uma situação. Terá sido única? Tenho dúvidas.
Será que mudando de operadora, dou o meu dinheiro por devidamente utilizado, apesar dos tarifários serem exatamente os mesmos?

não assunto

de que matéria são feitas as "parcerias inteligentes"?
Promoções à custa da canalhice, rios de dinheiro que não se esgotam no meio desta crise, cursos sem estudo, ...
Que vergonha...
Que descrédito...

Um médico

disse-me que em todo o tempo que trabalhou num hospital nunca recebeu uma hora extraordinária. Que as fazia! Que as cumpria!
Que havia quem as manipulasse!
Que o dinheiro teria tido outras e melhores opções.
Também falou das horas a que se devia começar a trabalhar.
Que o cumprimento normal das obrigações pecava por mais do que uns minutos de atraso.

Vi umas imagens tão lindas

abri uma pen que estava esquecida numa mala e encontrei uns pequenos vídeos de 2009.
Na piscina (que nós denominamos por piscina do Carlos) o A e a I mergulhavam tão bem.
Com carinhas bem redondas e óculos de postos dançavam em frente da máquina.
Um baile delicioso.

um pequeno pouso

ligeiramente mais alto do que o mais rasteirinho e a sensação de superioridade faz-se logo sentir.
Desprezo essa auto-valorização que se manifesta na imposição apenas com o objetivo de menosprezar.

algumas decisões

dos meus superiores irritam-me e deixam-me indisposta.
Já não me consigo posicionar no campo dos moderados.
Estou completamente contra.
Não me venham com falinhas mansas:
Dou-vos cada vez menos que é melhor que nada.

estava eu distraída

com uns papéis quando a I reparou que debaixo da mesa onde eu trabalhava, estava um passarinho.
Entrou pela janela e estava muito descansado a servir-me de aspirador.
Devidamente orientado pelo J, encontrou o seu caminho de volta à natureza.
Eu fiquei muito 'ocupada' a fechar todas as portas para evitar que se aventurasse pelos sítios errados.