segunda-feira, 30 de abril de 2012

Boa ideia

foi o que me surgiu ontem.
Uma oportunidade de negócio, de alargar horizontes e de aumentar a capacidade  de dar volta à crise.
Um dos ingredientes mete água e tem se fazer um estudo de mercado adequado.
Estou entusiasmada.
Vou à procura de informação disponível.

domingo, 29 de abril de 2012

Vou-me entregar

à doce preguiça.
Posso deixar os remendos para o final do dia.
Que o teclado do computador flua facilmente e me liberte de obrigações profissionais prolongadas.
Está uma manta a caminhar lentamente para o sofá, apontando para a televisão.

sábado, 28 de abril de 2012

sem queixas

sem espinhas.
Cumpri o horário previsto (estabelecido com uma precisão digna do matemático mais frenético) e ainda dei uma perninha em atividades alheias.
Não se a força desta bateria descarregada me permitiria façanha idêntica a breve trecho.
Deixei-me levar por aventuras e nem olhei com clareza para as palavras, pois soltei-as e desfiz-me delas com muita leveza.
Para que o culminar fosse perfeito tenho o corpo feito em bocados que não consigo juntar.
Podia ser sinal de temperança e os olhos seguiam o padrão leve do sono, mas não. São danos colaterais do somatório semanal.


quinta-feira, 26 de abril de 2012

a senhora que corre

Com muita frequência vimos uma senhora de cerca de 50 anos a correr. Nós vamos de carro e eu acabo sempre por comentar que tenho inveja da força de vontade e a resistência que transparece no seu ar.
Nao sabemos o tempo que demora, mas faz mais de 8 quilómetros (comprovados no conta-quilómetros).
Eu desculpo-me que sou fraquinha e que nem 2 metros só capaz de correr. Se o fizesse teria de ir logo para o médico com uma apoplexia em cima.
Ontem à noite, a I. apontou com alguma insistência para a página de um livro que estava a ler.
Mas, eu nao entendi.
Explicou: - é o número para o qual tenho de ligar se resolveres correr como aquela senhora.
Era a página que resulta da soma de uma centena com uma dúzia.

móveis pelo ar

as notícias mostraram imagens de trabalhadores da câmara municipal do Porto a limparem uma escola.
A retirada do mobiliário do primeiro andar é feita pelo ar.
Vi uma secretária a deixar de o ser.
Não fizeram o trabalho de casa? Não podia ser reutilizada?
Começaram  bem cedo. Assim, às 7:30 poucos terão energia para
reagirem contra esta ação.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

o dia da liberdade

tem de ser comemorado com bolinhos.
Estes têm amêndoa, açúcar e cacau (além do ovo para ligar).

terça-feira, 24 de abril de 2012

Que seca!

Duas palavras de eleição da menina I.
Tudo o que não é incrivelmente bom, passou a ser seca.
Fazer trabalhos, escola, acordar cedo, atividades extracurriculares, levantar a mesa, vestir algumas camisolas, falar com alguém.
Uma lista interminável.
Já reconheceu que é um hábito a alterar.
Um princípio.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

os hábitos

As mudanças de ritmo obrigam as esforços suplementares de concentração.
A rua que conhecemos altera o sentido de circulação.
Os móveis dentro de casa alteram a sua disposição.
O carro que conduzimos não é o nosso.
As horas de dia  têm obrigações diferentes.
A lâmpada acesa apaga-se num local diferente.
Diz-se que faz bem e previne o envelhecimento prematuro do cérebro.

domingo, 22 de abril de 2012

word

não é a primeira vez que me esqueço de ir guardando as alterações que vou fazendo aos documentos onde estou a trabalhar.
Hoje não foi exceção.
Agora quando peço para guardar e me começam a aparecer erros sucessivos, a situação complica-se.
Entre o fecha e abre documento, 'Recovered' ou não, há uns segundos em que uma quantidade de palavras carregadinhas de ênfase, me enche a cabeça.
Depois passa um minuto e outro e o documento surge com efeitos especiais: duplicação de linhas, desconfigurações nas tabelas e os gráficos deixam de se ver.
Aí penso: já não faço mais nada hoje.

sábado, 21 de abril de 2012

tenho de fazer uma investigação

De fato de treino e saco do lixo tenho de dar a volta ao quarteirão, passando pelos jardins alheios.
Uma conhecida e uma recente aquisição, ambos do meu local de trabalho foram dados como amigos coloridos.
Eu tinha para mim que ela sentia dificuldades em dar-se.
Acho que pululam pelas redondezas.
Tenho de ir distraída, sem dar nas vistas, à procura.
Se houver conversa, não vou fazer uso do telemóvel para informar outras surpreendidas como eu, porque sou muito comedida.
Espero por segunda.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

slow na garagem

Por volta do 6.º ano, as festas de aniversário passaram a ser diferentes. Depois da correria da infância com jogos de futebol, escondidas, apanhada, passou-se à fase das danças.
Longe do género do achas que sabes dançar,  a ideia era um quarto escuro e música muito calminha.
A idade do gosto deste, gosto do outro e daquele nem pensar que cheira sempre a suor.
Eu tive a sorte de ter uma garagem, um gira-discos e alguns lp's de música dentro do género pretendido.
Os pais estavam proibidos de entrar.
Para comer tinhamos de ir à sala e a mesa estava sempre cheia.
Acho que se passavam 2 dias a cozinhar para que não houvesse críticas.
Dos salgados aos doces passando pelas gasosas, era uma mesa de fazer inveja a muita boa gente.
Em troca desta fartura era obrigada a fazer um relato exaustivo das festas alheias com a descrição minuciosa de todos os alimentos que constavam da ementa. Quando, por ventura, o número de bolos se resumia a 2 ou 3, bem era ver um esgar de satisfação, com a respetiva declaração: parece impossível!
Os gostos são outros e a opção de fazer festas em casa foi excluída (depois de determinada idade). Também já não se fazem slows à maneira.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

ainda não aprendi

a gerir o tempo de modo a aproveita-lo bem.
Estando com o corpo aqui, penso com o corpo dali e do depois.
Deve haver algum mecanismo de evitar esta não presença tão frequente.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Gosto

à distância de um dedo, passámos a dizer que gostamos de tudo.
De músicas, de vídeos, de frases e de fotografias.
É uma cultura nova que se podia aumentar com outras qualificações.
Já ouvi que também seria útil incluir o não gosto às possibilidades de resposta.
Mas, seria uma crítica negativa e haveria certamente alguns amigos riscados em menos de nada.
Quem quer fazer depreciações pode sempre comentar e como isso já demora algum tempo, muita gente evita esse caminho.
O tempo não é suficiente para percorrer diariamente os murais dos amigos que se querem preservar.
Não entendo é porque quando se vê que a imagem não favorece algum dos conhecidos, os comentários 'tão lindo(s)' transbordam.
A minha proposta seria colocar ao lado do 'gosto' um botão com 'a evitar'.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Então aumentaram

a duração da austeridade? Não bastava ser até ao ano das eleições?
Os auditores de contas (aqueles externos) apontam para 2017.
Deixem-se de balelas e assumam que não têm qualidades suficientes para o trabalho que desempenham, ó decisores.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

"O passeio do Bêbado"

um livro que mexi ao acaso na fnac e que me ficou agarrado às mãos.
Gostava de ter tempo para o ler de um só fôlego.
Tem como subtítulo: como o acaso rege as nossas vidas.
Começa com a explicação de um ganhador da lotaria para o facto de ter escolhido o número 48 como terminação.
Dizia o senhor: sonhei 7 noites seguidas com o 7; e 7 x 7 = 48!

domingo, 15 de abril de 2012

depois de um acordar

tardio, mas retemperador de domingo, enfiei-me na cozinha.
O resultado foi mais agradável à vista do que ao palato.

sábado, 14 de abril de 2012

Não me dei à codorniz

e quem a levou ficou desagradado.
De pernas para o ar, completamente inteira, numa cama de massa, totalmente mal passada. Eu segui o caminho da entremeada e foi muito bom.
Menu de degustação.
Uma experiência de cozinha de autor.
O pão e as sobremesas foram excepcionais.
Pessoas despretenciosas e um sorriso fora do comum inundavam a pequena sala.
Levei um casaco que raramente uso.
Assim que o larguei na cadeira, esvoaçou uma traça que nos acompanhou durante o jantar.
A sua aparência não me era desconhecida.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

acho que a ementa

de hoje comporta codorniz.
Será um reviver o passado em Brideshead com alguns arranjos musicais.
Também vai haver qualquer coisa sorbet.
Antecipei a expectativa e fui ver o cardápio do dia.
Que seja saboroso e comestível porque não me apetece levar pão e manteiga na mala do carro.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

perguntam-me sem rodeios

e às vezes tenho de alindar a verdade.
Será que consigo?
A minha resposta mais franca seria: nunca.
Depois aventuro-me por mostrar as dificuldades, mas sempre com a janela aberta para a finalidade pretendida.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

atividades conjuntas

são tão deliciosamente preversas.
São ideias a voar, caminhos com tantas alternativas e objetivos aos molhos.
A pessoa maior decide.
As pessoas do meio acenam com a cabeça.
A pessoa menor executa sozinha.

terça-feira, 10 de abril de 2012

caderno de encargos

Devia haver um livro por cada um dos nossos políticos.
Um facebook em permanente atualização.
O ontem, o agora e o mais tarde.
O que disseram, o que prometeram, o que falharam, as responsabilidades que assumem, o dinheiro que exponencialmente cresceu nos seus bolsos e no dos familiares.
O que mentiram, o que omitiram, o que fizeram silenciar.
Seria um canal biográfico.
Seria útil porque o povo teria mais dificuldade em esquecer e não cometeria a loucura de aceitar os dementes que se chegam à frente e fingem assumir o controlo público.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

depois da Páscoa

é necessário fazer contas.
Quantos dias faltam para o verão?
Tenho umas pernas para tornear e uma barriga para esconder.
Não pode ser já esta semana porque sobraram muitas amêndoas e bolos.

domingo, 8 de abril de 2012

A idade da velhice

na hora exata a angústia e a solidão passa por todos.
Ouvi de uma linda senhora dizer que nunca pôs nada na cara.
Nenhum creme nem nada.
Agora põe um perfuminho, coisa pouca porque os velhos têm um cheiro mesmo depois de lavados.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

tirei o dia

para o mau humor.
E isso pega-se.
Pega-se ao corpo e ganha tonalidades fortes.
Quem ao longe passa, distingue com forte nitidez que o dia não nos corre de feição.
Não que tenha importância, mas esses mirones revelam-se aceleradores potentes do aumento da trombudice.
Partem para o descalabro, gritam, têm sempre razão e os seus ouvidos estão fechados ao silêncio.
Eu que precisava de estar calada, dei por mim a ouvir, ouvir, ouvir.
Se tivesse falado, tinha falado sem ponderação e sem paixão.
Teria sido ríspida e no final o dedo era apontado para mim.
São dias gastos. São dias passados. São dias de enchimento.
Que o amanhecer me pinte de tons suaves.

por cores

 

quarta-feira, 4 de abril de 2012

3 dias 3 passeios

de meia hora
Com vento, mas bom tempo, o percurso incluiu mar, pinhal, casas, pinhocas.
De cada vez há um cafezinho numa montra com vista mar.
Sabe tão bem deixar o trabalho fora dos circuitos internos.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

o ultraje dos bolos (as manas a divagar)

Come-se lenta, lentamente
Para prolongar o sabor
Fecham-se os olhos delicadamente
Para não parecer um aspirador.

Falam-nos depois para dizer
que a balança deve rebentar
que já não estamos a crescer
e que a boquinha devemos fechar.

Vêm então as comparações
com os vizinhos no mesmo estado
vêm ao cimo as emoções
e chispas de todo o lado.

Para aguentar a tristeza
e esquecer a discussão
fecham-se em casa a comer
um bolo com creme e guarnição.

domingo, 1 de abril de 2012

Que a chuva me apanhe de férias

e com vontade de ler.
Amanhã porque hoje não me apetece.
Corre-me folar nas veias.
A televisão não está para me fazer favores.
Vou ficar a ouvir o mar.