uma senhora

que eu conheço come doses industriais de queijo.
Isto porque, tem uma memória muito seletiva: lembra-se do que quer e quando quer.
Eu às vezes tenho o papel de a relembrar de prazos, de limites, de alterações efetuadas e de conclusões.
Decidi que também me vou dedicar ao de serpa, de nisa, brie, fresco...

estou obcecada

por ovos moles de aveiro.
Acho que vai dar para enjoar.
Ou ficar mal disposta.

gelatina e pudim instantâneo

fazem parte da ementa de hoje.
Tenho na cabeça o bolo de chocolate e so me detenho porque não me apetece lavar a louça.

Dono de um wok

o J fez o almoço de hoje.
Não sobrou.
Estava mesmo bom.
Estou a ver-me refastelada no sofá enquanto me preparam iguarias deliciosas.
Estamos no princípio e já não me envolvo com a cataplana nem com o grelhador.
Sou capaz de me habituar.

terminei o livro da Allende

Lê-se bem.
Tréguas feitas.
Volto a experimentar na próxima ronda.
Tenho a Harris em fila de espera e porque já não tem o sabor a chocolate também lhe vou deitar uns olhos sem grandes expectativas.

o que se faz com informação

deixada inadvertidamente em local de fácil acesso?
Uma informação cheia de peso e mágoa.
Eu já sabia de uns pequenos detalhes, mas o que li confirma alusões dispersas.
É uma folha A4 que deixei onde estava, como se nunca a tivesse visto.
Acho que sou uma espécie de avestruz.

como se trabalha

com pessoas que deixam tudo para a última?
Para além de me alterarem o ritmo, desorganizam-me as ideias.
Não sou fluente em correrias desnecessárias.

há dias assim

há dias em que não me apetece falar.
Hoje é um desses dias.
As palavras têm dificuldades e os ouvidos também não estão virados para a sua função.
Estou numa espécie de silêncio e não me apetece sair.

Depois de um cafezinho

vou esticar-me sem fazer nadinha.
Se os olhos calharem num filme levezinho, que seja.
Vou deixar-me mimar pelas palavrinhas com açúcar.
Só não vou ligar o forno e sujar loiça por um bolo de chocolate; mas, estava mesmo a apetecer-me uma dose extra desse recuperador de almas.

Está um dia lindo

e os senhores inspetores das contas vão ver que hoje e amanhã temos alguns portugueses a trabalhar.
O Passinhos lembrou-se a tempo que esta investigação colidia com o carnaval.
Acabe-se o carnaval.
Tirem-se as máscaras.
Nós somos pessoas de trabalho.

Estou a comer

para tirar a barriguinha de misérias.
A I foi buscar-me as pastilhas e entregou-me uma dizendo:
-Pode ser que te passe a fome.

loucuras carnavalescas

Em vez de andar pelos bailes ao som dos lé-lés brasileiros decidi
fazer madeixas verdes (qual Maria José Valério)
e um bolo verde (sem espinafres).
Aguardo pelas críticas.

onde é isto?

Há por aqui petróleo?

o que é um entronxado?

uma matrafona!?
Como se faz?
Tem preceito?
Tenho uma hora arranjar tal efeito e sei que não vai ser o desejado.
De tão baixas expectativas só pode sair um desfile engraçado.
Este ano, ainda vá, mas para o ano o Carnaval ruma para outras paragens que o nosso primeiro não o quer por cá.

quem se oferece

para dar uma vista de olhos em meia dúia de coisas.
Quem diz meia, diz uma inteira, uma arroba, um quarteirão...
Tenho o quê? Para quando?
Ah! Já foi.
Então não há nada a fazer.
Dilataram o prazo? Não havia necessidade.
Está bem eu faço.

hoje naquele supermercado

que foi descontar uns trocos para outro país, à semelhança de outros, fiz figurinha de tonta.
Rápida que só eu, corri entre as prateleiras e em menos de nada estava na fila para pagar.
Ao olhar para o cestinho vi um frango assado e uma sopa crescidos por geração espontânea.
O cesto não era o meu, mas já lá tinha uma coisitas minhas.
Fui à banca da comida para fora e perguntei de quem seria aquela comida. A senhora disse-me que deveria ser de um senhor de casaco vermelho.
Vi-o ao longe, a andar devagarinho, à procura.
Fui ter com ele e era mesmo ele.
Pedi desculpas e corri à procura do meu cesto. Estava ao pé do pão.
Fui mais devagar para a fila e verifiquei ao pagar que também alguém se tinha enganado.
Trouxe duas embalagens de queijo que não tinha escolhido.
Nem tive vontade de as deixar lá.

que dia mais frio!

Devia ter saído de casa com mais roupa.
Pés gelados. As mãos e o nariz, nem os sentia.
E a que horas aqueci?
Depois de ter acabado a jornada de trabalho fora de casa.

Tratou-se da logística

e conseguiu-se ir ao teatro.
Sala cheia e expectativa grande.
A menos de 10 minutos e já me dava por vencida.
As pessoas riam-se de piadas feitas e frases sempre iguais.
Como disse o J, se fosse na televisão não tinha visto.
E, eu também não.
Foi uma jornada semelhante à maluquinha de arroios.
Fiquei com vontade de ver outra coisa que me deixe com um gostinho agradável na boca.

E, a luz do airbag?

- Não encontrei nada de mais. O que pode acontecer é que num acidente, o airbag não dispare.
Mas também não vale a pena falar de acidentes ...

Pois é. Calhou-me um jeitoso no arranjo do carro.
O meu nível de confiança baseia-se ainda na mais-valia do arranjo: uma amêndoa esborrachada no chão e no manípulo das mudanças.

vou-me lançar

para cima da cama e esperar um sono profundo.
Não me apetecem sonhos lindos, nem soltos nem perdidos.
Quero passar as etapas todas sem interrupções pelo meio.
Tenho compromissos amanhã e quero enxotar as olheiras que se instalaram sem pedir licença.

Alemanha já sabe onde fica Portugal

As agilidades com o acordo da troika, pode ser negociado depois de estarmos no degrau que nos impede de subir; depois da Grécia, leia-se.
A Madeira tem tunéis a mais.
Parcerias com Angola são para evitar.
Espero para breve uma mista de ministros, sendo o alemão a língua oficial no parlamento português.
Baixem-se, baixem-se mais, portuguesinhos piegas.
Ainda não se vê o suficiente.

todos os dias o meu despertador

diário é diferente.
Não falo do despertador matinal, mas do que depende das idas e das vindas de e para escola/atividades.
Hoje tenho o 'autocarro' preparado para 3 idas e voltas em menos de duas horas.
Gostava de ter motorista à disposição. Não era preciso ser todos os dias, mas alguns.
Sabia-me bem.

não me apetece fazer

o trabalho para amanhã.
E se eu me baldar?
É isso mesmo que vou tentar.
Vou dormir com remorsos, mas vou ter que me habituar.
É um método a adotar, já que não é visível este trabalho de casa.
Sr. ministro venha cá a casa obrigar-me.

Vou contratar os serviços do

Phineas e Ferb para construirem uma máquina que leve o primeiro para um canto desconhecido do nosso planeta.
Nos testes que se fazem por todo o mundo, até se podiam dedicar em testar a capacidade de resistência do dito a ambientes hostis (para além da atmosfera).
Hoje constatei que há mais gente a pensar o mesmo, mas também que muitos se calam.
Será medo?

Sinto um despovoamento multidisciplinar

na classe dirigente deste país.
Temos um Salazar à nossa frente e ninguém vê o inevitável.
Seremos todos pobres, mas muito dignos.
Tenho a fluirem-me à boca palavrões fortes para o classificar e a toda a sua equipa.
A quem posso reclamar?

3/4 está de molho

1/4 está a pôr a mesa para o jantar.
Os restantes espalharam-se pelo sofá e pela cama.
Os motivos não são os mesmos, para haver muita escolha.
E eu a escolher diria:
Há duas semanas estava eu a dizer que não queria ir a uma consulta periódica, de vigilância porque estava fantástica. Já sabia controlar o problema e quando os sintomas inciavam tinha mecanismos de defesa bem estruturados. Dois dias depois comecei uma mini crise. Quase que me vejo a rir dela e a iniciar a minha receita, da qual possuo todos os ingredientes. No caso de passar do ponto, bastava-me ir a qualquer médico pedir uma receita. Foi o que fiz. Entre esse instante e o agora, sei que o meu armazém estava mal abastecido e que as receitas têm de ser adaptadas, bem como os tempos de cozedura. Entretanto espero pelo ponto de equilíbrio.
Mais vale abaster-me de projetar ideias em voz alta.

Foi uma noite atribulada

entre a cama, o sofá, a casa de banho, a cozinha, a outra cama...
Os minutos passam devagar no escurinho e aos tropeções para não acender luzes.
Oh tempo passa, passa, passa depressa.
Quero-te naquela hora em que já consigo mobilizar o pensamento.

enviaram-me fotografias

a cores. Cheias de cores de verão.
Eu apareço em tons dourados com uns pespontos a rosa.
Olhei-me ao espelho e vi-me a preto e branco, sendo que a parte escura se limita às olheiras.
Tenho o inverno entranhado.

Quando tenho algumas

quezílias com o ato de mastigar e deglutir, vingo-me no que não posso.
Só agora e num espaço de um suspiro fugiram todos os smarties da caixa.
Ontem foi um pudim.
Anteontem foram os beijinhos de côco com leite condensado.
Ai se eu te pego, gula!