deve estar na forja

o dia de férias.
Ainda tenho uma lista de trabalhos que não posso delegar.
Mas se são meus do que me queixo?
De mim e da minha falta de visão.
Às vezes deixo-me ficar para não atrapalhar a minha inércia.

Passado o Domingo

a não sair e a não divertir, mas presa ao banco e a ultimar correções da semana.
Houve sardinhas porque tem de se tratar do tempero certo e foi uma boa experiência.

A manhã

do sábado foi para a casa das histórias e para o museu do mar.
E andar no mercado com fruta cheirosa e cara e flores lindas e baratas.
O almoço, culpa minha, foi mau. Deve ser a lei da compensação.
Também demorou a volta de automóvel.
A nacional estava tão comprida e o relógio passou devagar e ficou gasto.
Chegar a casa agradou-me, mas está vazia.

na sexta foi dia de viagem

de carro e depois largar os dois petits no autocarro para as férias dos pais.
Assim quase como uma fuga.
E foram.
Esbanjei o excesso que a falta me provoca a andar a pé, do Terreiro até à Biblioteca Nacional.
Decidimos ficar, no sítio do costume e ir ao ashyana e foi bom, muito bom.
Recomendo.

a uns passos das férias

e tenho a sensação que o caminho anda é mais espinhoso.
As pernas, mãos, cabeça não obedecem aos meus pedidos.
Tenho de ser mais insistente porque demoro mais.

quem me empurra

para a mesa de trabalho?
Tenho o sofá colado e os olhos estão feitos ao sono.
Devia ter optado por um café depois de jantar.
Vai ser difícil cumprir o estipulado.

a mais caçulinha

foi para casa de uma amiga.
Como disse a mãe da moça, vai ser um campo de férias caseiro.

onde estiveste, para chegar agora?

- No mesmo sítio onde estiveste tu, antes de chegares.
Não foi bem acolhida esta resposta.
Estive quase para lhe fazer um desenho.

Tanto tempo a viver aqui

e não conhecia uma praia para cima de extraordinária.
O nome?
Desertas.
Não é sítio do sovaco axila (ouvi hoje um miúdo de 8 anos referir-se assim ao presidente de alguns portugueses).
Água quente.
Mar parado.
Meia dúzia de pessoas.

Desde ontem que a casa ganhou cheiro

e ganhou vida.
Tem mais sabor.

Os monstros

fizeram-me dor de cabeça.
Ainda não passou.

Uma negativa

no exame de português que deu muito que falar.
Fiz bem quando decidi não ver os critérios de correção logo no dia 21.
Fiquei com 3 semanas de descanso. Provisório, é verdade!
O diagnóstico está feito, mas falta o empenho da peça fundamental.

há barulho aqui ao lado

alargado pelos móveis a mudar de lugar e cheio de brincadeiras de crianças de férias.
Estou em maré de não me importar, mas vamos ver se não abusam.
A balança não pode mostrar uma diferença superior a um número que ainda não quantifiquei, entre a primeira e a segunda casa.
Hoje era dia de ir a um aniversário de um parque natural, mas houve um atraso e uma falta de vontade à mistura. Fiquei a trabalhar e a comer e a  comer e a comer e a ver televisão e a comer e a ouvir rádio e a responder a emails.
Agora ouve-se Campbell em stereo em duas divisões diferentes.
A mesma sintonização que se ouve dessintonizada.

o cheiro não é o mesmo

entro em casa e falta-lhe personalidade, falta som e o pior mesmo é o cheiro.
Cheira diferente!
Metade em falta e já não é igual.

a surpresa chegou

vinda de um carro privado de Boliqueime.
Trazia documentos escondidos.
Não presenciei a escolha da roupa, das palavras e o estilo de cabelo, mas foi-me oferecida a versão de duas frases pelo J.
Não se estava à espera do desfecho das sondagens do presidente e ele negociou com os seus conselheiros uma modalidade que está a produzir uma versão lenta das eleições.
Acertou em cheio para prolongar a crise e deixar a confusão instalada.
Alvíssaras para outra hipótese com igual probabilidade de agravar a situação.

a água do mar

a 24 graus Celsius obrigou-me a tomar banho às sete da tarde.
O ano passado nem me lembro de ter molhado os joelhos por estas bandas.
Não esperamos pelo por do sol, mas houve muitos, tantos que ficaram por nós.
Foi um final do dia copiado aos que estão de férias.

A casa está silenciosa

As 2 crias de melro são as únicas a palrar o dia todo.
Já estão crescidinhas, mas continuam à espera da minhoca que chega com uma frequência impressionante.
Andam por aqui, sem medo, dissimulam-se no meio dos vasos e às vezes nem isso.
Estão a ficar habituadas a nós.
Estamos na maré vazia com prolongamento de uma semana.
Diz(em) que faz bem a todos, principalmente à minha costela de galinha.
Qual é o caminho mais curto destes 400 passos?

os dados são importantes

os documentos são importantes.
De onde vêm os dados?
De vários documentos?
Não são iguais?
Não têm o mesmo significado!?
Estão a ser contabilizados conceitos diferentes.
Mas, 1 ou 2 não altera.
É um erro sem expressão.
Não se conseguem definir critérios exatos?
Conseguem!
Mas, não há consenso.

nem almoço nem jantar em casa

um foi self service e o outro também.
Um deixou-me fome passado 2 horas e o outro também.
Está tempo para não estar dentro.
Está tempo para sair.

qual seria o meu programa

de hoje à noite?
Cooljazz.
Onde?
Oeiras.
Com quem?
Com a Luisa e com a Ana.
Porque não vou?
É quinta e não sexta.
Só isso?
Não, também porque no panorama familiar só eu queria.

o desgoverno do governo

quando no início de 90 li que o bater das asas de uma borboleta altera uma dinâmica instalada, nunca pensei que pudesse ser uma imagem colada aos desaires políticos de Portugal.
Estamos agarrados a clones de bonecos.
Estamos dependentes de decisões erradas.
Estamos a navegar ao largo e às voltas.
Acredito que a rota traçada daqui para a frente será obrigatoriamente melhor, haja para isso empenho.

A saída de Gaspar

foi devida a dificuldades de entendimento com a troika!?
Então, a que se deve a entrada da Albuquerque?
Parece-me que senha para se abrirem portas do governo é: és duvidoso, então passa!
O senhor porta voz que anunciou a ministra à comunicação social descreveu-a como financeira e economicamente sólida.
Ah! É por isso!

uns mudam de penteado

outros vão às compras
e outros, ainda, deitam papéis fora.
Quilos de folhas.
Foi o meu divertimento ao final do dia.
Ganhei espaço na minha cabeça.
Arejei.
Se fizesse isso ao armário do quarto, amanhã teria de pedir roupa emprestada ao A ou ao J.