Aberta a época

da magia de luz que ilumina a sala.

Gabriela

é uma telenovela para homens.
Pelos ditos e pelas" imagens".
Eu fico com as músicas.
Acho que a protagonista tem ares de tonta.
Daquelas que estão sempre a rir.

Salazarento

foi um termo que o ministro Gaspar achou insultuoso.
Insultos são outras coisas que não entram no dicionário do ministro Gaspar.
Que frágil é o homem que nos leva para um caminho que não domina.

o que se faz

quando já se sabe que não se vai cumprir um horário?
Previne-se, falam-se com os intervenientes/participantes, muda-se a hora/dia...
Tanta sugestão e possibilidade, mas vou ser aquilo que não costumo ser:
vou atrasar-me sem (des)culpas.

gosto de entrevistas

com pessoas que têm o culto da palavra.
Biografias verbais na primeira pessoa são o meu tema favorito.
Na última o entrevistado diz ao jornalista:

- Não gosto do seu sorriso.
Estive tentada em mudar de estação, mas fiquei porque cada palavra é sempre uma surpresa e foi.
Quando questionado sobre uma personagem de um livro, o entrevistado disse:
- Você está em vantagem porque eu não li o meu livro.

a mim

não me estala o verniz, derrapa-me.
Sai-me pelos olhos.
Transparece-me na voz.
Gesticula-me as mãos.
A aparente calma só sossega depois de destilar a última gota.

Mia Couto

não é lido cá por casa apesar de ter 2 ou 3 livros entalados entre romances, policiais ...
Associo os dele a África que não conheço, mas desejo conhecer. Talvez aí me dê vontade de os agarrar.
No expresso desta semana li uma frase do Mia Couto:
"É isso que me anima enquanto escritor: ensinar a minha escrita a dançar, dar ancas às consoantes, devolver seios às vogais e , enfim, reinventar sensualidades que foram sendo roubadas pela cega obediência às normas da gramática".
Gostei tanto da doçura das palavras, mas não evitei pensar:
É isso que me anima enquanto leitora: aprender com uma escrita forte que dá um abraço às consoantes, devolve humor às vogais e enfim transporta quem lê ao imaginário que nos é roubado pelos problemas do dia a dia.

fui ao

supermercado que começa e acaba em consoante.
Já depois de ter arrumado as compras na mala e sentada dentro do carro fui confirmar os valores pagos e encontrei um erro.
Dois produtos iguais, de embalagens semelhantes mas de marcas diferentes foram passadas com o preço igual ao do que era mais caro.
Eu que refilo por meia dúzia de cêntimos, não me mexi e fui-me embora.
Eram mais do que alguns cêntimos.
Estive quase a desconhecer-me, mas mesmo assim saí do estacionamento sem grande mágoa.
Ao arrumar as compras em casa deparei-me com 2 embalagens iguais e do preço mais caro.
Acho que veio um duende no caminho e repôs a verdade.
Não fica assim aberto um precedente ao meu feitio de refilona.

A ver canais

em inglês vou/vamos ficar muito mais espertos.
Deixamos para trás toda a bagagem de crise e de falta de dinheiro.
Não quer isto dizer que a qualidade televisiva exterior seja superior à nossa.
É diferente.
Voto na falta de debates partidários.

Encontrei

uma pessoa que em poucos minutos me disse coisas que eu gostei.
Também, houve outras que não gostei, mas essas vou esquece-las para não minarem a minha paciência da próxima vez.
Uma verdade, verdadinha: há cursos para onde se empurram os miúdos ...
ora bolas, esqueci-me.
Seria: à espera da hora de sair? para os entreter? para os castigar? como se de uma linha de montagem fosse? à espera do fim? em fim de carreira?
É tudo isto, mas muito bem dito.

Temos um puzzle

a azedar no chão.
Suponho que vai ter um desfecho diferente dos restantes.
Para quem olha para as peças e as vê todas iguais é quase um martírio montar meia dúzia.
Somos duas. Vamos ver quem puxa por quem.

os sábados

têm um sabor diferente dependendo dos afazeres da semana seguinte.
Tenho dificuldade em antever a logística que a semana acarreta.
Saber separar as águas e compartimentar assuntos é uma dificuldade que me assiste.

Na Antena 3

o programa que junta 3 mulheres à desgarrada das palavras, entre as 7 e as 8, às sextas feiras, costuma fazer-me bem.
Os temas são não temas em si, porque vão vagueando nos assuntos da atualidade.
Hoje apanhei o fim:
- O tamanho único não serve a ninguém.
Suponho que não era só de roupa que falavam.

Cabeço de Vide

está na minha lista de turismo próximo.
Eis que a Nasa supõe que aqui começou a vida no planeta Terra.

o quarto poder

devia ser confinado à verdade.
Quando o sensionalismo se sobrepõe à notícia, para além do dinheiro ganho com a venda de papel e noticiários, todos os demais saem prejudicados.
Nas entrelinhas, surgem umas silhuetas dos manipuladores que raramente são denunciados.
Precisamos de um wikileaks luso.

nunca tinha

ouvido falar do sr. Gaspar.
E, com o desplante que lhe assiste, de há um ano a esta parte, permitiu-lhe afirmar que está a pagar a sua dívida  para com o país. Uma educação tão cara que está a ser deduzida nos impostos que nos enfia pelo bucho dentro.
E, se optasse por outra forma de pagamento: que tal abdicar das suas regalias e mordomias e doa-las a instituições de caridade?
E, faça um favor a todos os portugueses: cale-se!

entre horas

entre espaços
da-me uma sensação de aproveitar mal.
É um compasso de espera que obriga a desperdício.
Quem faz esperar, limita a seu prazer e sem sentir culpas, os outros.
E, há outros que em cascata, tornam essa ação em cima do seguinte, numa infindável máquina de falta de respeito.
Sinto-me sem vagar para uma tarde de divagações.

Olhos de parecenças

Acabaram de comparar o senhor do clio governamental com Newman do Seinfeld.
Tão próximo. Faltam-lhe apenas duas bolachas nas visitas oficiais.

"Nem uma gota"

esta expressão é utilizada pelo Z quando quer dizer que da parte dele não há mais nada para alguém com quem se acabou de aborrecer. Depois esquece-se e faz dilúvios de favores. Também é vulgar dizer: Nem uma uva. Deve ser por causa do tamanho/formato.
Levada à letra é no meu caso sinónimo que a previsão domingueira estava errada.
Nada. Nem ontem. Nem hoje.
Pode ser que amanhã.
O frio da manhã já está a encher-nos o corpo com o casaco e o carro já se queixa com a geada que cai.
Se a norte se faz sentir, a sul ainda não chegou.

o cinzento

que se aproxima vem carregadinho de nuvens.
Pode ser que umas gotas façam parte deste pacote.
Mesmo que cheguem com 48 horas de atraso.

ando com vontade

de fazer puzzles.
Com muitas cores e muitos desenhos.
Daqueles que nos moldam a paciência.
Gosto deles acompanhada.
Sozinha não tinha metade da graça.

lá estão as notícias

a deixar-me sem vontade.
Então a festa dos alunos, dos professores, da arquitetura, das artes, da cultura, o emprego (palavras de Lurdes Rodrigues) tem monos de milhões nas escolas deixados pelo PTE. Anfiteatros com cadeiras rolantes, candeeiros do Siza, ares condicionados... e não colocam em leilão?

pelas friestas

das janelas cairam os números que queriam guardar até à próxima segunda.
Foi uma reunião de 20 horas.
Ideias, discussões, debates e sempre de cabeças erguidas deixaram escapar os novos escalões do irs. Na posse de tais dados tentei descurtinar o que me espera em termos de retenção na fonte já desde janeiro, mas comecei a ficar indignada de tal forma que abandonei o cálculo.
Encontrei em seguida uma pérola para aumentar o sentimento de revolta que me está a invadir. O sr. Francisco Assis fica repugnado com a ideia de deputados andarem de clio.

Ouvi uma nova

palavra que se adapta na perfeição ao tempo atual: Verouno.
É uma nova estação acabadinha de entrar por outubro dentro.
Eu que já tinha trocado a roupa e os sapatos todos dos meus armários colossais, estou confinada ao mesmo de sempre.
(Devia aparecer agora um gif animado a rir e a saltar, mas ficava muito piroso)

Uma boa noite de sono

não foi o sítio por onde eu passei.
Vou acumular disparates durante o dia no meio das dislexias costumeiras.

ouvir um som

dentro do automóvel.
Pode ser rádio ou cd.
Se gosto, canto e canto alto.
Raramente penso nos que me veem.
Mas, pondo-me do outro lado, vejo uma doida de boca aberta a balouçar a cabeça.

andei mais de meio ano

à procura de um perfume.
Um diferente. Um que não fosse conhecido.
Um que fosse barato.
Um que não fosse doce e muito frutado.
Um que fosse duradouro.
Nas voltas pelos shoppings passei pelas lojas que cheiram bem e vinha sempre com um ou dois papelinhos para escolher durante a semana.
Nunca escolhi nada.
Nunca gostei de nada.
Vim de lá hoje com um frasquinho de 30 ml e a minha essência do ano passado.
Sou muito dada à mudança.

Coisas doces

cheias de mel, pejadinhas de açúcar.
Às vezes frases têm esse efeito.
Um papelinho escrito antes de dormir e colocado estrategicamente dizia:
Um dente = 2 € e 1000 beijos

as televisões

os rádios e os jornais estão todos sintonizados no canal crise para onde o sr. gaspar nos empurrou, por  falta de opções.
Não me posso esquecer que são poucochinhos e não conseguem entender que nos vão enterrar até ao insuportável, por falta de opções.
O espelho dos portugueses está sujo e a imagem está difusa, mas também deve ser por falta de opções.
Como se pode inverter o definhamento do país, com tanta vista curta e incompetência?
Também eu estou a entrar no sentimento de descontentamento de retorno difícil.

de frases feitas

Amanhã faço.
Amanhã começo.
A ideia de jogar com o dia de 23 horas  não produziu efeitos e nem sequer me lembrei disso.
Estou a agilizar mal o tempo e mantenho que não tenho tempo.
Porque canais errados o ando a banalizar.
Colei um port it, na memória: um travão precisa-se.
Espero conseguir traduzi-lo em menos kwh internos.

em momentos gourmet

delicio-me com a comida que faço.
Há alturas em que apesar de ter gosto no que faço, não como.
Porque não aprecio os ingredientes ou porque não me apetece.
Hoje não me apeteceu.
Então devorei tostas de alface, queijo, nozes e mel.
Já a semana passada andei por esta vida que seria saudável se não comesse duas fationas de bolo no final.