quinta-feira, 31 de julho de 2014

antes de ir

vou ver uns programas de culinária para animar o palato.

Começa amanhã o mês das contradições

da sensação de liberdade à opressão da clausura.
Apetece-me esbanjar o corpo em frente de um gelado de arroz doce e depois de uma mousse de chocolate.
Pego em mim e vou beber um café para me iniciar na onda solta do tempo.

quando os passarinhos

estão fora do ninho, a possibilidade de os agarrarmos no momento da queda é nula; a possibilidade de lhes limparmos a ferida depois da queda é nula; a possibilidade de lhes arranjarmos o caminho para evitar quedas futuras, é nula. Claro que há ajudantes preciosos e que os tratam exatamente do mesmo modo, mas eu não sei como reagir à distância, fico perdida.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Se tenho de dar

hipóteses à (falta de) educação alheia, tenho de começar a usar uma pala e uns auscultadores.
Depois coso os lábios para não dar chance ao vernáculo que me assola a mente.
Por fim, espero que o relógio dite uma distância confortável do sucedido.

Aproximam-se as férias

a passos largos.
Quase a ficar com a cabeça despejada.
Vai-me fazer tão mal, tenho quase a certeza.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Toca o telefone a toda a hora

Toca.
Toca.
Vejo o Herman a cantar a música.
E como não tardei e como a hora era bastante anterior à usual, acabei por supor que iria ter um convite, uma surpresa, uma alegria. Um miminho para consolidar a conversa da noite anterior.
Foi um sorriso curto.
Apenas a constatação de uma reunião tardia que acaba sempre por dar mais substrato a qualquer relação.
Pois sim que já se sabia.
Pois sim que se esqueceu de avisar.
Pois sim que terminou depois da hora do jantar.
Pois sim que deveria pensar no bem que me fez em me avisar e ter saído antes de acabar a reunião.
Estou um poço de alegria.





quarta-feira, 16 de julho de 2014

Comecei a ler uma mensagem do telemóvel

e pareceu-me o que não era.
Deixei que durante breves segundos o pensamento fosse de enamoramento.
Como os humores andam enquinados por estes lados, acabei por supor que havia uma tentativa de aproximação à custa de umas palavras por telemóvel.
No entanto, depois de ler mais atentamente, vi que era uma mensagem automática.
Ao ponto a que cheguei: emocionar-me com frases modelo.

Quanto custa errar?

Qual o preço dos erros depois de serem assumidos?
Tentar minimizar os colaterais associados.
Fico mais redutora e menos produtiva.
Desassossego-me.

hoje vi nascer

as estrelas.
Tempo sereno!
Calmaria aparente.

Chegou no Sábado

e sabe bem estarem todos por perto.
Agora a I decidiu ficar com os avós.
Sinto-lhe a falta.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Com que então

disciplinas categorizadas com desdém?
Pois, quem assim falou mostrou a inveja que sente.
Sendo eu parte integrante daquelas disciplinas que estão na lista da frente, garanto que escolheria outra, se soubesse a pressão constante a que se é sujeito.
Mas o sujeito não sabe.
Não sabe porque se tem em alta consideração e até confessou que faz reuniões para cumprir calendário.
É um jogo que departamentos acostumados a reunir com tanta frequência, não se dão a esse luxo.

Cá em casa

há dois carros: um cinzento e um preto.
O cinzento é meu e o preto é do J.
Algumas vezes ando no do J e tenho reparado que a atitude dos outros condutores e das pessoas que me veem nele é diferente.
Sou mais bem aceite, olhada de frente e mais considerada quando vou no que não é meu.
O cinzento tem 13 anos e é de uma categoria inferior ao preto que tem 3 anos.
A esses que fazem a distinção, passei a olhar também de uma forma diferente.
Assim menos favorável.

domingo, 6 de julho de 2014

uma receita nova

e um ingrediente desconhecido para experimentar.
Tem de estar no frigorífico 24 horas para hidratar.
Não tenho grandes expetativas, mas até pode ser que me surpreenda.
Sagu!

Ontem fomos a Espanha

fomos matar saudades das puntillitas.
O sítio é estrondoso!
Cheio de boa vida e de comida e de despreocupações.
Uma vista fenomenal!
Não havia puntillitas, (por um lado quase fiquei contente porque o A ainda anda por terras montanhosas, mas por outro a I sentiu-lhe muito a falta).
Passei a gostar dos garbanzos e da berenjena.
Sempre a apender.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

A balança deu-me um número proibido

Tive dias em que não quis ver, mas temos de assumir os nossos defeitos.
Estou ... que nem uma pipa.
Não me livro dos comentários desagradáveis que a I me faz.
Pode ser que faça um registo e que na hora de comer consiga fechar a boca.

Arrotar?

Será que alguém arrotou?
Ao telefone e sem entender o que se passou, ouvi claramente uma emissão através da boca de barulhos.
Só não sei foram gases provenientes do estômago.
Perguntei 2 vezes e o que se seguiu foi um nome.
Não entendi o significado e também não voltei a perguntar.
Fiquei envergonhada.

Estou a precisar

de palavras bonitas.
Estou a precisar de não ser deitada abaixo a cada instante.
Reparo que tenho necessidades que entram em conflito com uma personalidade marcada por uma visão muito desligada do próximo.
Estou quase a perder o pio, para evitar outros e mais conflitos.


Este julho começa

simples. Não há Sol de Verão e nem o pão com manteiga me acompanha aos pequenos almoços.
São pequenas coisas que podem engrandecer os dias e são as pequenas coisas que os podem tornar menores.
Se o A. se encontra bem, eu fico bem.
Se a I está feliz, eu também fico feliz.
Hoje foi dia da I cortar o cabelo e apesar das instruções dadas, acabou por não ser o esperado.
Lágrimas e lágrimas por uma imagem que lhe assenta perfeitamente.
Nem o quarto crescente a alegrou.
Não acredita nessas coisas sem o aval da Nasa e para lá não telefonámos.
Eu ando envolvida com espaços para cortar.
Numa contabilidade caseira presumo que 6 horas sejam suficientes para esta tarefa tão arcaica.
Desprovida de sentido e de lógica.
São muitos os cérebros a convergir no sentido de nos tornar escravos e sem ideias.
Estão a conseguir.