Um jantar regado

de voz intempestiva apenas limitada pelos gritos que nos dizem o que devem à frente de quem não devem!
Oh, fúria, vai-te embora!
O tom, a admoestação, a omnipresença, a sapiência estão do lado oposto que raramente toma uma posição.
Andei durante o dia a pensar na necessidade de consultar a Psicologia para aprender a lidar com a mentira.
Fico irada, transporta-me para outra dimensão que não controlo. São variáveis e toma formas diferentes a cada dia. Não sei lidar, emendar, remediar e devia fazer parte do processo de recuperação, mas estou a trilhar caminhos que duvido resultarem. Já não sei quantas tentivas fiz. Implantei ideias e ideais; contei histórias; instiguei; meti medo; inventei castigos; fomentei o diálogo; pedi explicações; procurei desculpas.
E, outras possibilidades?

O tempo

não é feito à minha medida.
Sou incapaz de o olhar com a objectividade necessária para o ver passar.
Tenho doses massivas de impaciência que não me deixam aproveitar e saborear os bons momentos.
O tempo é feito do agora, mas eu estou sempre com o coração no depois.
Tenho que controlar os meus impulsos para ficar porque estou sempre no ir.

li num livro

a possibilidade de um espelho guardar as imagens.
Que memórias ficam presas?
Quantas imagens? Tantas histórias.

Estou tentada

A acumpunctura (passará a acumpuntura?) parece-me um caminho a seguir.
Tenho que aprofundar os meus conhecimentos empíricos e colocar-me à descoberta de quem conheça a tecnica.
Quero alguém que me faça um projecto adaptado, que me possibilite a análise de todos os dados e me forneça o devido orçamento.
Depois, sem margem para dúvidas, quero soluções à vista: melhoria acentuada das maleitas que me empurraram para esta decisão.

A hora do planeta

A participação cá por casa foi muito significativa.
À luz da vela jogamos ao stop.
Entretidos, acabamos por passar da hora e foi divertido.
Estes compromissos ocasionais deveriam ser alargados com a devida inclusão de todos os municipios.
Este ano foram 81.
Uma seleção adequada dos candeeiros de rua a iluminar e o investimento em energias alternativas seria uma adesão muito forte a esta hora da Terra.

Muda-se a hora

"muda-se o ser e aumenta-se a confiança"
Vem aí o horário de verão.
A hora do calor.
A hora do dia grande.
A hora de tons mornos.
A hora da preguiça.

Se o caminho de bifurca (ou trifurca)

Quando se me acomete uma indecisão, não sou de escrever uma lista de prós e contras.
Normalmente sou empurrada para uma decisão. Nem sempre a escolha é a minha favorita.
Hoje estou assim.
Fico ou vou?!? Se fico, fico com remorsos de ser mole e não agir. Se vou, fico aborrecida de não ter feito os trabalhos porque desperdicei tempo no caminho e acabei por gastar dinheiro mal gasto. Mas vale a companhia (que até pode estar ocupada pelos "standers" deste país).
Hoje é só um almoço. Para a semana é uma peça de teatro vs dentista.
Para já fico! porque ainda é cedo.

De vez em quando, ou melhor, frequentemente, acometem-se-me uns achaques que tento driblar evitando os químicos. Ultimamente, porém tenho-me socorrido de alguns para ir equilibrando (precariamente, devo confessar) os meus ritmos todos baralhados. Enfim, necessidades ...
Nestes momentos estou mais dependente e então proponho que me ofereçam uma mão, sem que eu peça. Que sejam o meu porto seguro sem que eu solicite. Que queiram saber de mim sem que eu me apresente. Que me mandem mensagens mais doces que um eclair de café. Mesmo que eu diga que não é preciso, que não vale o incómodo, é mentira. Pode-se (para aliviar a pressão de fazer tanta coisa) comprar uma caixinha destes pecadinhos da gula.

Chegar à frente

À hora de almoço e não se sabe se o PEC (o "quarto", a sala e a cozinha) passa ou fica.
Com as birrinhas costumeiras porque parece inevitável que se acerque do país o fmi (pode ser que não ouça), todos os partidos se querem é chegar à frente.
Num jogo de rodopio e de cadeiras, mexem-se uns pés para a frente e para trás e no final da música salta fora um, mas os outros continuam.
Quando os nossos brandos costumes se esgotarem, o limite de erros que cada político pode cometer será pequeno e não terá hipótese de os repetir. A mentira actuará como despedimento devidamente comprovado. E, os esquecimentos serão punidos com uma redução percentual e exponencial do vencimento que os srs políticos oferem.
Quem fizer mal, não poderá voltar a exercer um cargo político (nem mesmo outro na função pública, nem mesmo numa empresa público-privada) durante ... aceitam-se propostas para os anos/décadas a indicar.

Censos - a sequela

Já está!
Feito e entregue.
Engraçado como algumas das questões são colocadas.
Umas de despite, outras de teste, mas todas feitas de encomenda e com objectivos claros.
Quinze minutos.

Mais calma, pf

Ligada à corrente.
Dão-me nervos e sobem-me os calores ter vontade de falar e não poder.
Cada vez mais, vejo quem se resguarda e demora esta vida e a outra para fazer umas coisinhas.
Depois com olhar débil pedem ajuda, como se o esforço de esperar fosse demasiado penoso.
Têm o pé cansado.

Lugar ao Sol

Num auditório pejado de gente e pelas dezanove horas soou o gongo que anunciava o segundo lugar.
As minhas previsões de ontem bateram certo. Ainda bem que houve espaço para "Russian Souvenir".
No outro canto, na Terra da Tia Anica, também houve dois primeiros lugares nos 50 m de costas e de crawl.
Foi dia de sabrina e de chinelo de enfiar no dedo.

Hoje é dia da sabrina

À tarde, vai decorrer um espetaculo no Auditório de Albufeira.
Música e dança até aos 18 anos.
Normalmente consegue-se prever o resultado final logo nas semifinais.
A minha ideia é: acordeão, Imortal e violino.
Uma margem de 25% leva os restantes participantes a apresentarem-se com alguma expectativa.
Pois então, sabrinas de Ballet com o grupo Arabesque.

Os Censos - parte I

Hoje esteve calor. Um calor a antecipar-se à Primavera e a deixar-me fora de tom com botas calçadas. Quem também andava fora de tempo era o rapaz dos censos que bateu à porta.
Encurtei a conversa e optei pela Net. Tenho os códigos de acesso para depois de dia 21 e até dia 10 de Abril.

A Sapataria

Eu e a minha irmã decidimos ter uma sapataria.
O nome escolhido foi Biqueira Larga.
Nome sonante e mais agradável do que Chanca.
Nunca teve clientes, nem botas, nem sandálias, mas hoje começa aqui a sua purga... em palavras.