sexta-feira, 30 de novembro de 2012

o sítio

onde eu moro tem a economia a girar à volta do turismo.
Já houve, em tempos idos, uma quinta com produtos agrícolas que dava emprego a muita gente e a alimentos com muita qualidade.
Na adaptação aos novos tempos deslocaram-se os trabalhadores para a jardinagem da empresa municipal, criada para garantir a extensão de vencimentos chorudos aos seus gestores.
Atualmente, sem contar com algumas oliveiras, não há outra cultura que se evidencie.
Mas, vai haver um mercado, o primeiro, com produtos locais e com a duração de três dias, a começar hoje.
O hoje deve ser muito tarde, porque passei pelo local anunciado e estavam a montar as barraquinhas. Não as contabilizei, mas estão na ordem da meia dúzia.
Estou com uma curiosidade para ver no que dá uma ideia com tanta publicidade e sem matéria prima visível.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

quando não se ouve

em primeira mão, corre-se o risco de não se entender a mensagem.
Não ouvi a entrevista, mas fiz bem.
Estou a ouvir as reações e estou a fazer mal.
A imagem que me surge é a de um casaco coçado, gasto, com buraquinhos de traças e com meia dúzia de botões dourados. Não mexam nos botões, é um clássico.
Uma tesourada na bainha e um bolso mal alinhavado, mas de cabeça erguida.
Não se ultrapassa a crise, não há data de regresso ao passado e o casaco passa para a próxima década.
Na lapela não cabe o sonho, mas o brilho frouxo nas rodelas que adornam o casaco está para durar.


terça-feira, 27 de novembro de 2012

não haverá por aí

um site que nos devolva os trabalhos pedidos, a troco de uma possibilidade?
Podia ser de um sorriso (os meus andam escassos);
Podia ser um carinho;
Podia ser um tostão.
Passo horas à roda e à volta e termino muitas vezes com os primeiros sites que pesquisei.
Sei que a velocidade não me assiste.
Sou determinada naquilo que não gosto, mas indecisa naquilo que aprecio.
E depois, conjugar e pintar ao meu estilo é tarefa para umas tardes que deviam ser gastas a ler um livro.
Já não sei como isso se faz.

domingo, 25 de novembro de 2012

Ninguém o avisa

ninguém lhe diz
ninguém o agarra nesta derrapagem sem fim
ninguém escreve antecipadamente o que ele pode dizer
é imparável
o presidente da república
aquele que já foi primeiro ministro
e não sabe falar
e não sabe o que é sentido de oportunidade
estamos entregues às suas mediocridades.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Encontrei de manhã

uma pessoa que não via há uns anos.
A última vez que a vi era uma menina a entrar para a universidade.
Agora está sofisticada e com bom aspeto.
Reconheceu-me e disse para passar lá pela clínica onde é dentista.
Ainda me passou pela cabeça perguntar:
- Queres vingar-te?
Mas fui muito suave e desejei-lhe felicidades.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

quase todos os dias

de manhã vejo um homem e uma mulher a correr.
A composição com que se apresentam para a atividade é fora do vulgar.
Eles são estranhos, pelo aspeto, pela expressão e pela forma como correm.
Não vão juntos, mas são de certezinha da mesma família.
Depois de ter falado no assunto, a I. pediu-me que os filmasse para ela os ver.
Escolhi outra opção: saímos um bocadinho mais cedo para haver possibilidade de gerir os horários e ninguém se atrasar.
Foi hoje e não apareceram.
Temos uma espera programada para os dias de férias.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Tenho a imagem

da chuva no nabal e o sol na eira.
E de outros provérbios de igual textura:
Quem tudo quer tudo perde!
E ainda:
Mais vale um pássaro na mão que dois a voar.
Há um reizinho, bom homem por sinal, que tem indefinições de moço pequeno.
Tenho de encontrar um processo simples e eficaz de quebrar a máscara.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

É tão raro

vestir-me e achar que fiquei bem.
Eu sei que é possível ser adequada com um orçamento limitado. Mas eu nunca encontro peças que gosto. Ou é raro. E compro pouco. E quando sei que não é uma extravagância desnecessária.
E combinar acessórios? Ui.
Se antigamente um vestido preto era sinónimo de falta comprometimento eu adaptei para calça de ganga, camisola e botas. Dito assim sem pretensões até parece um básico soft, mas é tão sem sal.
Saldos à vista?


domingo, 18 de novembro de 2012

sou de matutar

até à exaustão.
E remoer.
E exasperar.
Está-me impregnado na pele.
Tenho os ombros pesados imposição da distância que não me permite interferências.
Ao telefone soa tudo confuso.
Não se consegue uma amnistia satisfatória.

como enfrentar

discussões? Como descoser os pesadelos?
O dia inteiro a matutar acaba por nos tornar mais vulneráveis e impotentes para enfrentar as adversidades.
A rotina nos movimentos cerebrais cria uma quebra nos circuitos e não possibilita uma resposta à altura.
Tenho um encontro com o silêncio.

sábado, 17 de novembro de 2012

Acordar cedo

ao fim de semana já é ponto assente.
Tenho de redistribuir a vontade pelos dias úteis.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

a listagem dos nossos afazeres

sofrem mudanças ao longo do dia.
Sendo um projeto preparado para ter sucesso é comum chegarmos ao final do dia e constatarmos que o plano não foi cumprido. Foi uma missão falhada que pode ser quantificada pela percentagem e qualidade do trabalho feito.
Muitas vezes desculpamo-nos por termos substituído itens por outros com mais ou menos interesse. Outros atravessam-se à frente por incompetência das pessoas que nos rodeiam nas nossas orlas de trabalho.
Também é frequente arrancarmos uma vontade férrea de limpar a parede da casa de banho em detrimento das listas remanescentes de dias e semanas que vão passando. Tenho uma visão curta e apenas posso comunicar com o meu eu trabalhador no espaço de 2 ou 3 dias.
Eu sou de limpar listinhas mentais atempadamente, mas estou a tomar contacto com uma pessoa diferente de mim  e que habita em mim no meu local de trabalho. Estou a transformar-me naquela que deixa assuntos por tratar, se esquece dos prazos e cujos remorsos terminam numa dor de cabeça mitigada por um ben-u-ron.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Deixei a chuva

molhar-me a alma e dei gorjeta.
De mim esperava-se que eu seguisse uma princesa e eu virei-lhe as costas.
Tem cá um feitio. Eu começo a revelar o meu.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Estou a fazer

um retiro.
Estou a ignorar as notícias televisivas.
Fazem muito pior do que fumar um cigarro.

domingo, 11 de novembro de 2012

O banco

alimentar tem mostrado trabalho e um bom trabalho.
A Jonet devia medir as palavras e não o fez.
Que o tempo as lave e que a pessoa que as disse, modere os seus pensamentos radicais.
Até parece que o seu lugar esteve desocupado estes anos todos.

sábado, 10 de novembro de 2012

aproxima-se o dia

daquela que vem a Portugal para nos ensinar qualquer coisa.
Será que somos bons alunos? Será que ainda temos matérias em atraso?
Será que o prolongamento da crise, por si anunciado, vai ser contrato a renunciar?
Cinco horas a pedido.
Os apupos são oferta.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

enquanto não chove


O Chefe Silva

aparece a cozinhar na RTP memória.
Vi hoje como se faz uma torta coberta de caramelo.
Foi quase um programa de humor.
No momento de passar a torta para o prato de servir, desfez-se metade.
Uma falta de jeito que pensava que era só meu.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A osmose


Um professor falou neste aspeto que eu acho fundamental.
Bons alunos  atraem bons alunos.
Quando a pouca motivação e empenho imperam propagam-se sem precedentes e sem métodos para travar.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

outrora

em tempos já idos, ouvir um hã, hã deixava-me danada.
Não entendia porque não me ouviam os mais velhos.
Passei por o lado do hã, hã o que demonstra uma grande falta de interesse a até de respeito.
Tenho a minha capacidade de resposta debilitada.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Estou a deixar

que pequenas coisas me afetem.
Não que seja novidade.
Continuo a ser 8 e 80 a cada instante.
Que baixe sobre mim uma paciência sem limites.
Tenho de encontrar um método eficaz para superar estas dificuldades.

domingo, 4 de novembro de 2012

Como se vence a inércia

e a falta de vontade?
Sei que preciso de exercitar o corpo para manter alguma serenidade mental.
Corpo são e mente sã, são objetivos para os quais não me apetece correr.
Há algum método que não envolva muito esforço?
Qual é o caminho mais fácil?

sábado, 3 de novembro de 2012

Diz-me a I

quando estamos a ver televisão debaixo de um cobertor:
- Quando for grande vou viver em Lisboa, em frente à ponte.
Gosto de ver os carros a passar.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

merendeirinhas

de batata doce no forno.
É já uma tradição fazer umas broinhas e ninguém gostar delas.
Nem eu.