sexta-feira, 20 de abril de 2012

slow na garagem

Por volta do 6.º ano, as festas de aniversário passaram a ser diferentes. Depois da correria da infância com jogos de futebol, escondidas, apanhada, passou-se à fase das danças.
Longe do género do achas que sabes dançar,  a ideia era um quarto escuro e música muito calminha.
A idade do gosto deste, gosto do outro e daquele nem pensar que cheira sempre a suor.
Eu tive a sorte de ter uma garagem, um gira-discos e alguns lp's de música dentro do género pretendido.
Os pais estavam proibidos de entrar.
Para comer tinhamos de ir à sala e a mesa estava sempre cheia.
Acho que se passavam 2 dias a cozinhar para que não houvesse críticas.
Dos salgados aos doces passando pelas gasosas, era uma mesa de fazer inveja a muita boa gente.
Em troca desta fartura era obrigada a fazer um relato exaustivo das festas alheias com a descrição minuciosa de todos os alimentos que constavam da ementa. Quando, por ventura, o número de bolos se resumia a 2 ou 3, bem era ver um esgar de satisfação, com a respetiva declaração: parece impossível!
Os gostos são outros e a opção de fazer festas em casa foi excluída (depois de determinada idade). Também já não se fazem slows à maneira.

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