Fiquei na fila à espera e fui tirando a carteira da mala.
Procurei, procurei, procurei...
não encontrei.
Saí da fila e voltei a procurar.
Fiz um exercício de memória para me lembrar onde estava a carteira e não
me ocorreu nada.
Decidi que não ia embora e procurei moedas à solta, daquelas
que caem à toa e têm vida própria dentro da mala. Encontrei o necessário para o
café.
Claro que já não fiquei no mesmo sítio porque ainda lá estavam as mesmas pessoas.
Procurei outro local para
me refastelar com um delta.
Também havia gente à espera, mas perfeitos desconhecidos.
Esperei pouco.
Já sentadinha e a degustar de olhos fechados o precioso
líquido, lembrei-me de que a carteira ou estava caída no carro ou tinha caído no
percurso.
Continuei sentada até à última gota.
Coloquei a máscara, dei por mim a andar devagar e a decidir que não valia a pena ficar angustiada.
Chegada ao carro, voltei a respirar.
A carteira estava lá e ficou admirada por me ver.
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