terça-feira, 12 de abril de 2022

Um café

 

Fiquei na fila à espera e fui tirando a carteira da mala.

Procurei, procurei, procurei...

                                               não encontrei.

Saí da fila e voltei a procurar.

Fiz um exercício de memória para me lembrar onde estava a carteira e não me ocorreu nada.

Decidi que não ia embora e procurei moedas à solta, daquelas que caem à toa e têm vida própria dentro da mala. Encontrei o necessário para o café.

Claro que já não fiquei no mesmo sítio porque ainda lá estavam as mesmas pessoas. 

Procurei outro local para me refastelar com um delta. 

Também havia gente à espera, mas perfeitos desconhecidos.

Esperei pouco.

Já sentadinha e a degustar de olhos fechados o precioso líquido, lembrei-me de que a carteira ou estava caída no carro ou tinha caído no percurso.

Continuei sentada até à última gota.

Coloquei a máscara, dei por mim a andar devagar e a decidir que não valia a pena ficar angustiada.

Chegada ao carro, voltei a respirar.

A carteira estava lá e ficou admirada por me ver.

Sem comentários:

Enviar um comentário