Nos tempos de escola e por altura do Carnaval, formavamos um grande grupo de mascarados, percorríamos as ruas e dançávamos por todos os bailes da terra. Havia uma música que cantavamos sempre e que não tinha nada do "tomara que chova 3 dias sem parar" (chovia sempre). A primeira estrofe "Namorei uma sopeira pelo buraco da chave" passava para o "zuca-zuca" e com a "patroa a dormir". Tinha cadência militar e toda a gente repetia os versos com igual intensidade.
A minha sopeira é actual e não é dessas, das que se esconde no quarto e que a porta não se abre.
A minha tem terras na serra, influências, roupa, viagens, amigos ricos, casas, apartamentos, automóveis e marido com a mesma natureza. Não fala das suas posses e de vez em quando, até se desgraça quando fala em dificuldades. Assim que começa nestes preparos, deixo de a ouvir. E, os passeios de jipe e os casinos e os jantares e os cruzeiros? Qualquer dia sai-me.
Traga o que trouxer vestido, diga o que disser, não encontro ali ponto de brilho e glamour, mas uma sopeira travestida.
Sempre a achei mole, com dificuldades em contrariar opinões diferentes da sua, mas hoje fiquei a saber que gosta de contrariar quando "quem contraria" não está presente.
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